Geração de Conteúdo

O foco é oferecer recomendações objetivas – da escolha de termos à descrição de mídia – para que redatores, designers e equipes de marketing produzam mensagens realmente compreensíveis a pessoas com deficiência. O resultado esperado é um fluxo editorial que já nasce acessível, reduz retrabalho e garante que cada parágrafo, imagem ou vídeo amplie – e nunca restrinja – o alcance do conteúdo.

Termos

• Sempre use o termo “pessoas com deficiência (PcD)” – nunca “portador” nem “deficiente”.
• Quando relevante, especifique a deficiência (visual, auditiva, física, intelectual, múltipla, pessoa surda, cega, cadeirante, tetraplégica, paraplégica, pessoa com nanismo, baixa visão, pessoa autista, disléxica, neurodivergente).
• Evite expressões capacitistas ou paternalistas (“sofre de…”, “vítima de…”, “normal”).

Textos

• Escreva de forma descomplicada e objetiva; prefira palavras de uso comum.
• Evite figuras de linguagem, regionalismos e frases que induzam senso de urgência.
• Mantenha sentenças curtas (15 – 20 palavras) e parágrafos curtos.
• Dê preferência à ordem direta (sujeito → verbo → complemento) e use pontuação adequada.
• Evite texto TODO EM MAIÚSCULAS e nunca justifique parágrafos; alinhe à esquerda.
• Respeite a hierarquia de títulos (<h1> → <h2> → <h3>) sem saltar níveis.

Descrição de Imagens

• Para imagens informativas, forneça alt que descreva tipo + quem/objeto + onde + ação.
• Para imagens decorativas, use alt="" (vazio).
• Não duplique no alt informações já presentes na legenda ou texto próximo.
• Evite imagens que contenham texto essencial; sempre que possível use HTML/CSS.
• Não dependa apenas de cor ou forma para transmitir significado.

Imagens Complexas

• Posicione gráficos, quadrinhos e mapas em área dedicada, próxima ao texto descritivo.
• Forneça resumo no alt (até 150 caracteres) e descrição longa detalhada no corpo do texto.
• Quando houver números, ofereça tabela de dados equivalente para navegação assistiva.

Ícones

• Combine ícone + texto sempre que possível para reforçar o significado.
• Adicione texto alternativo ou aria-label nos ícones clicáveis, descrevendo ação/destino (“Abrir menu Configurações”).
• Garanta área clicável mínima de 24 × 24 px e contraste adequado.
• Mantenha ícones e ações consistentes em todo o produto.

Mídias de Vídeo

• Contextualize o vídeo com uma descrição curta antes ou depois do player.
• Ofereça legendas sincronizadas (Closed Caption) para todas as falas e sons relevantes.
• Forneça audiodescrição sempre que informações visuais forem essenciais para compreensão.
• Evite autoplay com som; se necessário, exiba controles Pausar / Silenciar visíveis de imediato.
• Garanta contraste mínimo de 4.5:1 para qualquer texto ou legenda sobreposta ao vídeo.

Autodescrição

• Inclua a autodescrição do apresentador(a) no roteiro e/ou nos primeiros segundos do vídeo.

Podcasts

• Transcreva todo o episódio (falas, trilha, efeitos, identificações de falantes).
• Disponibilize versão em vídeo com intérprete de Libras (ou avatar) quando viável.
• Adicione marcadores de tempo ou capítulos para facilitar navegação.
• Hospede em player acessível por teclado e documente atalhos.

Hashtags e Emojis

• Escreva hashtags em CamelCase (#AcessibilidadeDigital) para melhor leitura por leitores de tela.
• Use emojis com moderação (≤ 3 por frase) e evite repetições longas; verifique a descrição falada.

Hiperlinks

• Escreva textos de links/botões que façam sentido isoladamente (“Baixar relatório em PDF”).
• Indique quando o link abre nova guia/janela (texto visível ou aria-label).
• Evite múltiplos links adjacentes com o mesmo destino e garanta foco visível.

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Referências

DINIZ, V.; FERRAZ, R.; NASCIMENTO, C. M.; CREDIDIO, R. Guia de Boas Práticas para Acessibilidade Digital. Programa de Cooperação Reino Unido ↔ Brasil em Acesso Digital, 2023. Acesso em: 9 mai 2024. PDF